Os 24 degraus que edificaram Taboão da Serra, e a missa de 7º dia para Benedito Comino

Comino mostra seu primeiro local de trabalho na Prefeitura de Taboão. Foto: reprodução

David da Silva

Ele gostava de me dizer sorrindo: “David, eu subia e descia tantas vezes por dia aquele escada, que até decorei a quantidade de degraus”. Na década de 1960, a Prefeitura e a Câmara de Taboão da Serra funcionavam no mesmo sobrado: no térreo, repartições administrativas e atendimento ao público. No piso superior, o gabinete do prefeito e o Legislativo.

Benedito Comino tinha 14 anos de idade quando iniciou no serviço público como contínuo. Eram suas pernas que conduziam a documentação municipal por aquela histórica escada de 24 degraus.

Sua carreira no funcionalismo teve rápida ascensão. Aos 16 anos foi promovido a escriturário, e aos 18, passou a secretário-geral da prefeitura. A partir de 1977, seu cargo tinha o relevante título de Coordenador-Geral da Administração Municipal.

Contabilista, administrador de empresas e advogado, durante 22 anos (equivalente ao mandato de cinco prefeitos) Benedito Comino foi a figura mais importante dos bastidores da administração de Taboão da Serra. E continuou a sê-lo mesmo depois de se aposentar em 1990. No primeiro mandato do ex-prefeito Fernando Fernandes a partir de 1997, as frases mais ouvidas eram: “fala com o Comino”, “pergunta para o Comino”, “vê se o Comino está de acordo”.

Eu conhecia aquela história há décadas. Meu amigo Said Jorge de Moraes me contava que, na década de 1970, quando ainda era diretor de escola, testemunhou a importância monumental do Comino na vida taboanense:

“Quando eu era diretor da Escola do Arraial Paulista (atual Escola Oscar Ramos Arantes, na Vila Iasi) eu fui à prefeitura falar com o prefeito, e nessa ocasião, ao entrar no gabinete, o prefeito mandou chamar o Benedito Comino para participar da nossa conversa”, relembra Said. “E foi com o Comino que eu acertei os detalhes finais daquilo que eu havia solicitado ao prefeito. Ali eu vi o tamanho dele na máquina pública”.

Said acrescenta que Comino acompanhava o então prefeito Armando Andrade nos encontros com empresários instalados na capital de São Paulo, nas tratativas para transferir suas fábricas para Taboão da Serra.

Sólidas raízes

Nesta 6ª-feira (8), será celebrada a missa de sétimo dia em memória de Benedito Comino, falecido no último sábado (2) aos 78 anos.

Nasceu na casa de número 270 da Estrada Benedito Cesário de Oliveira. “Tá lá em pé até hoje”, adorava mostrá-la, assim como sempre mostrava com devoção a foto dos pais Otaviano e Maria Catarina, de quem era filho único.

Seu avô paterno era o popular “Chico Gordo”, oriundo da Itália. “Ao chegar ao Brasil, meu avô foi morar na região de Pinheiros, e chegou a trabalhar na extração de areia do Rio Pinheiros, na época um rio muito limpo”, lembrava.

Depois, Chico Gordo virou agricultor; comprou um sítio onde era plantador de batatas na região do bairro Jd Panorama, nas cercanias de onde está o Hospital Geral do Pirajussara e a Novartis, antiga Ciba-Geigy. Hoje, Chico Gordo (Francisco Comino) é nome de rua no bairro Jd Salete.

A mãe de Benedito Comino também era filha de imigrantes italianos, e também sitiantes da região do Pirajuçara, então zona rural de Taboão da Serra. O nome dela está eternizado na Escola Estadual Maria Catarina Comino e em uma rua do bairro Jd Três Marias.

Veja o bairro de Taboão onde mora o velho de 68 anos que quebrou 18 ônibus

Idoso destruidor de ônibus mora em bairro privilegiado

David da Silva

A Rua Etiópia, no bairro Parque Monte Alegre, em Taboão da Serra, tem casas padrão classe média a classe média alta. Na calçada, grossas palmeiras imperiais. Ali, mora o servidor público estadual de 68 anos autor de, pelo menos, 18 ataques a ônibus na Grande SP no período de junho a 17 de julho deste ano.

Ao prender Edson Aparecido Campolongo na 3ª-feira (22), a Polícia Civil se recusou a dar detalhes para não prejudicar as investigações.

Mas, o blog bar&lanches taboão apurou que o acusado era freguês de um depósito de materiais para construção na Avenida José André de Moraes, Jd Monte Alegre, perto da Prefeitura de Taboão da Serra.

Com base nisso, a reportagem percorreu as ruas dos arredores, e descobriu o imóvel da Rua Etiópia, nº 89, registrado no nome de Campolongo.

Dois dias após a prisão, Edson Campolongo foi demitido da CDHU (Cia do Desenvolvimento Habitacional Urbano) onde foi admitido há mais de 30 anos como motorista por meio de concurso público. Em junho, ele recebeu salário líquido de R$ 10.132,00.

Para depredar os ônibus, ele utilizava o próprio carro com que trabalhava como motorista do chefe de gabinete da CDHU.

A polícia chegou até Edson Campolongo porque as câmeras de monitoramento das ruas mostravam que havia sempre no local dos ataques o veículo Virtus branco com logotipo da CDHU. Com esse mesmo veículo, Campolongo acompanhou caravanas do governador Tarcísio de Freitas em atos oficiais pelo interior paulista e por cidades da Região Metropolitana da Capital.

Em pelo menos dois dos ataques aos coletivos, Edson teve a parceria do seu irmão Sérgio, de 56 anos, morador de Osasco.

À noite, o carro oficial ficava na garagem da Rua Etiópia. Na casa do acusado, a polícia encontrou estilingue, esferas de metal e pedras de aquário em grande quantidade.

O motorista era tido como pessoa discreta. Ou, talvez, dissimulada.

Na internet, agia como miliciano digital atacando o STF (Superior Tribunal Federal).

Na cadeia, ele pode passar uns apertos por ter tentado jogar a culpa dos ataques em cima de uma facção criminosa.

Campolongo publicou caricatura do presidente norte-americano Donald Trump acusando o PCC pela quebradeira dos vidros dos ônibus. "Nós avisamos PCC Terroristas. PCC é o grupo terrorista maior da América 'Latina'”, diz sua postagem no Facebok em 06.julho.2025.

Para o secretário-executivo de Segurança Pública Osvaldo Nico, "ele [Edson Campolongo] arregimenta outras pessoas para realizar os ataques. Mas ainda estamos no início da investigação".

No interrogatório, Edson disse que atacou os ônibus para “consertar o Brasil” e “tirar o país do buraco”. Mas, reconheceu que “fiz merda” e “não tem nada a ver o que fiz”.

Estilingue, esferas metálicas e pedras apreendidas na casa do idoso

Tribunal de Contas emite ‘alerta vermelho’ para finanças de Taboão da Serra

David da Silva

No período de janeiro a maio deste ano, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) emitiu 11 relatórios de alerta para o município de Taboão da Serra. Os relatórios são divididos em quatro tipos: verde, amarelo, laranja e vermelho. Taboão da Serra está no quadrante vermelho. Os alertas são enviados quando o tribunal detecta indícios de irregularidade na gestão orçamentária, arrecadação abaixo do esperado, ou gastos excessivos com pessoal.

Os 11 alertas para Taboão se referem tanto à prefeitura quanto à Câmara de Vereadores e à TaboãoPrev, autarquia que gerencia a aposentadoria dos funcionários públicos municipais efetivos.

Nos balancetes encaminhados pela gestão Daniel Bogalho o TCE-SP apontou falhas fiscais e desequilíbrio nas contas.

No exercício do mês de fevereiro/2025, o tribunal anotou que o resultado primário previsto na Lei Orçamentária Anual estava inferior ao consignado no Anexo de Metas da Lei de Diretrizes Orçamentárias, “demonstrando, portanto, incompatibilidade com a meta estabelecida”, escreveu o conselheiro-relator Dimas Ramalho.

No mesmo mês, a relação entre despesa corrente e receita corrente arrecadada mostrou um desequilíbrio de 105,99% - arrecadação: R$ 1.081.016.916,40; despesa: R$ 1.145.775.106,62.

Ainda em fevereiro, a administração municipal apresentou percentual desfavorável na aplicação de recursos no Ensino, o mesmo que já havia ocorrido em janeiro deste ano.

No relatório de alerta do mês de maio, na análise dos restos a pagar o TCE-SP apurou que “as baixas ocorreram aquém do parâmetro que indique a redução integral no exercício em exame, devendo o órgão adotar os ajustes necessários”.

Também em maio, na aplicação de recursos próprios em Ensino, a gestão Daniel “apresenta percentual de aplicação desfavorável ao atendimento do disposto no artigo 212 da Constituição Federal”, diz o relatório.

O município foi advertido que “em virtude do apurado, deverão ser observadas as exigências contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal, a fim de evitar possíveis sanções de ordem administrativa e/ou penal”.

Em situação similar à de Taboão da Serra está Embu das Artes. O município recebeu 17 alertas do TCE, e também está no quadrante vermelho.

Abaixo-assinado sobre semáforo na BR-116 está há 7 meses sem resposta

Rua mudou de via local para via arterial. Foto: David da Silva - 23.jul.2025

David da Silva

“Se você é contra os semáforos da BR-116, vote 44”. Os moradores das 26 casas da Rua Francisco Celso, na Vila das Oliveiras, em Taboão da Serra, confiaram na proposta. Na próxima 2ª-feira (28), vai fazer exatos sete meses o abaixo-assinado pedindo a remoção do semáforo na esquina dessa rua com o trecho municipalizado da BR-116. O aumento do tráfego depois de agosto/2024, quando o semáforo passou a funcionar, causou rachaduras nos imóveis.

O blog bar&lanches taboão perguntou a moradores da Rua Francisco Celso o resultado do encontro que tiveram com o prefeito em maio, quando reiteraram os problemas provocados pela mudança da configuração da via. “A situação continua a mesma. Nada efetivamente foi feito. Nos últimos dias, venho cobrando um posicionamento. Nem do abaixo-assinado obtivemos resposta”, conta Joselito Teixeira, morador daquele bairro desde quando nasceu há 53 anos, e porta-voz dos vizinhos na audiência pública sobre os efeitos da municipalização da BR-116.

No abaixo-assinado de 28.jan.2025, os moradores relatam que “a rua, sendo estreita, não comporta o fluxo de carros e caminhões de grande porte”.

Com a entrada em funcionamento do semáforo em 02.ago.2024, a Rua Francisco Celso mudou de classificação, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CBT). Deixou de ser via local para se transformar em via arterial, conectando diferentes regiões do município.

O impacto de vizinhança não foi debatido com os moradores pela administração Aprígio. Com a trepidação causada pelo novo volume de tráfego, casas antigas ganharam rachaduras nas paredes, descolamento de pisos e de forros dos tetos.

Casas antigas estão rachando
Foto: David da Silva - 23.jul.2025

Na audiência pública de 14.maio.2025, Daniel reconheceu que “hoje existe um movimento muito grande, acredito sim, que será retirado, até porque eu não vejo ninguém defendendo a permanência desse semáforo”, e acrescentou: “Se você perguntar a minha opinião e a minha vontade, com certeza nós faremos a remoção desse farol”.

Setenta e um dias depois de dizer isso, o prefeito ainda não moveu um parafuso para desativar o semáforo.

Pequena e complicada

A Francisco Celso é rua de pequena extensão. Antes da municipalização da rodovia, seu uso era majoritariamente de moradores locais. As mudanças de mão de direção foram muitas e contraditórias nos últimos anos. Em 2010, o fluxo pela Francisco Celso era de quem saía da Estrada São Francisco para a BR-116. Em 2015, tornou-se mão dupla. Em 2017, virou mão no sentido BR-116>Estrada São Francisco. Em 2024, voltou a ser mão da São Francisco para a BR.

Não bastassem as “experiências” dos gestores do tráfego, a ruazinha agora ganhou um trânsito infernal.

Para contornar os transtornos, os moradores já estiveram com o secretário de Trânsito em março, com o secretário de Governo em abril, e com o prefeito em maio.

Nesta 4ª-feira (23), o blog esteve na Rua Francisco Celso e enviou e-mail à assessoria de imprensa do prefeito. Não houve resposta.

R. Francisco Celso antes da municipalização

Sete meses aguardando providências

Centro odontológico adia consultas e tem aparelhos quebrados em Taboão da Serra

Foto: David da Silva - 14.julho.2025

David da Silva

Ficou pra hoje, 2ª-feira 21 de julho, o atendimento que já deveria ter sido feito em 29 de abril a um menino de 13 anos no Centro de Especialidades Odontológicas da Prefeitura de Taboão da Serra. O atendimento foi adiado por oito vezes desde o mês de março deste ano. Em duas dessas ocasiões, as consultas não foram realizadas devido à quebra de equipamentos. Na UBS Laguna, o compressor odontológico está quebrado há cerca de dois meses.

Em contato com o blog bar&lanches taboão, a mãe do adolescente relata que “em 14 de janeiro, levei meu filho na UBS Silvio Sampaio para ver o que tinha acontecido no dente dele. Foi encaminhado para o Centro Odontológico no Parque Pinheiros. No dia 18 de fevereiro, fez o que precisava com a doutora Juliana, e encaminhado de volta para a UBS Silvio Sampaio. No dia 21 tinha consulta na UBS, mas foi cancelada porque não tinha dentista. No dia 10 de março, ele retornou para passar com dentista no Centro Odontológico, só que o aparelho estava quebrado. Foi reagendado para o dia 1 de abril, mas ele não foi atendido. A doutora retornou ele para o Silvio Sampaio. No dia 29 de abril, meu filho foi encaminhado para o Parque Pinheiros de novo, para fazer uma pequena cirurgia para tirar um pouco da gengiva pro dentista fazer a obturação. No dia 5 de maio foi feita a avaliação com a doutora que fica na parte de baixo do Centro Odontológico. Ela agendou para o dia 11 de junho, mas não foi possível atender. No dia 30 de junho também não foi possível, e no dia 14 de julho também não, porque o compressor estava quebrado. Agora ela reagendou para o dia 21 de julho”.

A reclamante mora há mais de 40 anos no bairro Jd Silvio Sampaio. Ela acrescenta que uma das consultas no Centro Odontológico foi transferida de data “porque naquele dia a dentista não tinha uma assistente para ajudar ela”.

No Centro de Especialidades Odontológicas trabalham 13 dentistas e oito auxiliares em saúde bucal.

Em 09.maio.2025, foi recebido o pedido de conserto do compressor do Centro de Especialidades, que estava novamente quebrado no dia 14 de julho.

Autorização de conserto do compressor

A reportagem esteve no local na manhã da última 3ª-feira (15).

“Vira e mexe tem coisa quebrada aqui”, relatam. “De vez em quando a dentista da parte de baixo [do centro odontológico] tem que emprestar a sala pra outro dentista [que trabalha em consultório do piso superior], porque o elevador não está funcionando, e precisa atender cadeirante”.

O blog enviou e-mail à assessoria de imprensa do prefeito Daniel Bogalho na tarde de 15.julho.2025. Não teve resposta.

ATUALIZAÇÃO 21/07/2025 16h09

Após o fechamento desta reportagem, recebemos denúncia sobre falta do atendimento odontológico na UBS do bairro Pq Laguna, devido ao compressor quebrado:

Trecho da BR-116 será Avenida Taboão; devolução ao governo federal polariza opiniões

Proposta de devolver a rodovia é a mais polêmica
Foto: David da Silva

David da Silva

A consulta pública sobre o trecho municipalizado da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) em Taboão da Serra teve a participação de 3.197 eleitores. Foi submetido à opinião dos moradores um questionário online de três tópicos relativos à favorabilidade da municipalização, permanência dos semáforos, e escolha de novo nome. Os dados consolidados ainda não foram divulgados oficialmente. Os números desta reportagem são de um levantamento parcial.

A consulta popular foi uma decisão do Ministério Público, que abriu inquérito civil contra o ex-prefeito José Aprígio por “publicidade pessoal com uso de recurso público”.

A prefeitura apresentou três sugestões de nomes para substituir a denominação “Avenida Aprígio”. Com 70,7% dos votos, venceu “Avenida Taboão da Serra”.

A bandeira do atual prefeito de reverter o processo de municipalização da rodovia polariza as opiniões: 50,95% são contra devolver a pista ao governo federal, e 49,04%, favoráveis.

A melhoria da mobilidade após a municipalização da BR-116 é sentida por 57,58% dos votantes, enquanto para 42,41% não houve melhora no trânsito.

A votação digital apontou que 53,86% dos eleitores são favoráveis à municipalização, e 46%, contra.

Em relação aos sete novos semáforos instalados entre o Km 263,9 e o km 270,21, os com maior aceitação são os do shopping com 80,8% de aprovação, e o do Motel Morumbi, com 73,78%.

Os semáforos que mais dividem opiniões são os da esquina com a Rua Francisco Celso (52,54% favoráveis e 47,45% contra) e da esquina com Avenida Campinas (52% a favor e 48,57% contra).

	SIM	NÃO
A favor da municipalização	1.722	1.475
Devolver ao governo federal	1.568	1.629
Melhorou a mobilidade	1.841	1.356
SEMÁFOROS DAS ESQUINAS	SIM	NÃO
Avenida José Dini	1.900	1.297
Shopping	2.585	612
Rua Francisco Celso	1.680	1.517
Estrada Benedito Cesário	1.813	1.384
Avenida Campinas	1.664	1.533
Padaria Belas Artes/Jd Salete	1.996	1.201
Motel Morumbi	2.359	838
NOVO NOME	SIM
Avenida Taboão da Serra	2.261
Avenida 19 de Fevereiro	490
Avenida dr. Evilásio	446

Montanha de lixo aumenta na ‘usina’ da Prefeitura de Taboão

Resíduos na área da prefeitura
Foto: David da Silva - 13.julho.2025

David da Silva

Uma montanha de lixo e entulho com cerca de 6 metros de altura está alojada no pátio municipal popularmente chamado “usina da prefeitura”. No local funciona a Secretaria de Serviços Urbanos e Manutenção de Taboão da Serra. A administração fez uma rampa de acesso ao topo da montoeira, para depositar mais resíduos.

Em 22.maio.2025, o blog bar&lanches taboão denunciou o depósito de detritos.

A reportagem retornou ao local neste domingo (13). A pilha de lixo aumentou.

Imagens aéreas revelam que a área pública tornou-se bota-fora de restos de madeiras, carcaças de plástico, colchões usados e outros objetos de fácil combustão.

Rampa de acesso à montanha. Foto: David da Silva

Muralha

A moradora Juci Alves comenta que “está a coisa mais horrível de ver. Passando pela rua de trás, a visão é de uma muralha feita de entulhos e lixo”.

Aline Costa Garcia relata que a gestão municipal optou pelo pátio da ‘usina’ como ponto de descarte. “O pior é que essa montanha de lixo só cresce. Estão misturando todo tipo de lixo, tudo o que é recolhido na cidade está sendo acumulado aí”, aponta.

A antiguidade do problema é questionada por Ana Paula Santos. “Trabalho aí perto. É mentira [que é antigo], começou a superlotar agora”.

Sandra Mara Martins registra: “Fui lá no ano passado e era limpo. Voltei em junho, e me assustei com a quantidade de lixo ali”.

Foto 1: Google, maio/2024. Foto 2: maio/2025

No pedido de informações à assessoria do prefeito, foi perguntada a destinação do lixo estocado, e o motivo de estar ali há tanto tempo.

Decorridos 53 dias, não recebemos resposta.

Vídeo 13.julho.2025

Em 01.ago.2023, durante a gestão Aprígio houve um incêndio na 'usina' da prefeitura, onde estavam acumulados bagulhos ao lado da atual montanha de lixo.

Prefeitura de Cuiabá libera merenda a professores e demais funcionários de escolas

David da Silva

Foi sancionada na última 6ª-feira (4) lei que autoriza funcionários da Prefeitura de Cuiabá se servirem da alimentação produzida nas escolas onde trabalham.

Pela lei, o alimento deverá ser consumido no mesmo local e junto aos alunos, sem diferença de cardápio.

Também não haverá aumento no orçamento destinado à Educação.

A Prefeitura de Cuiabá utilizará recursos de fonte própria para o fornecimento da merenda escolar aos professores e técnicos da educação. Não serão utilizados recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

Em Taboão da Serra, a gestão do prefeito Daniel Bogalho suspendeu o direito de professores e demais servidores das escolas municipais se servirem da merenda a partir do dia 23.jun.2025.

Prefeitura deve R$ 10,2 milhões no cartório de protestos de Taboão da Serra

David da Silva

A Prefeitura de Taboão da Serra está com 39 títulos protestados no 1º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos do município. O valor das dívidas passa de R$ 10 milhões e 200 mil.

O blog bar&lanches taboão levantou junto à Central de Protesto do Estado de São Paulo (CENPROT-SP) que os débitos não pagos pela administração taboanense vão desde o pequeno valor de R$ 288,00 a calote acima de R$ 1 milhão.

Dos R$ 10.264.271,26 em títulos não pagos, há cinco dívidas abaixo de 500 reais, e cinco, inferiores a R$ 5 mil.

Sete títulos protestados estão entre R$ 10 mil e R$ 79 mil.

Nove dívidas levadas a cartório são entre R$ 115 mil e R$ 198 mil.

Doze fornecedores estão sem receber valores entre R$ 300 mil e R$ 823 mil.

Valor protestado
2.396,63
2.307,88
2.688,00
3.018,24
294,00
490,00
394.999,92
356.602,91
736.729,26
390.833,46
673.209,22
737.579,02
816.307,29
392.637,34
694.031,13
727.082,98
823.980,45
31.012,46
46.704,79
65.762,11
79.858,12
288,00
142.384,90
162.498,42
162.498,42
142.384,90
162.498,42
142.384,90
131.623,70
115.331,75
630.196,29
39.080,00
11.010,00
2.011,16
1.207.819,51
198.101,68
34.850,00
294,00
490,00
10.264.271,26

Fonte: CENPROT-SP (Central de Protesto do Estado de São Paulo)

Gestão Daniel cedeu sala da Seduc para terceirizada contratar Quadro de Apoio

David da Silva

A gestão do prefeito Daniel Bogalho emprestou uma dependência da Secretaria da Educação de Taboão da Serra (Seduc) para uma empresa terceirizada contratar funcionários do Quadro de Apoio Escolar. O encontro aconteceu no Centro de Formação Tula Pilar, com a participação de advogado da prefeitura, no final do mês de maio.

A empresa CoopEdu é do Rio Grande do Norte. Não tem endereço fixo em São Paulo.
A CoopEdu foi contratada para fornecer funcionários no atendimento aos alunos com necessidades especiais pelo valor de R$ 3.726.834,18 em contrato de emergência por seis meses, sem concorrência pública.
A empresa usou o espaço da Seduc para captar funcionários às 19h do dia 28.maio.2025.
"Vimos o vídeo da cooperativa [CoopEdu] depois colocaram o QRCode pra cada um baixar o aplicativo que eles pediram", diz a fonte que enviou mensagem de WhatsApp ao blog.
Os contratos foram assinados via internet.
A fonte informa que um advogado, de nome Adriano, representou a Prefeitura de Taboão no momento.
Para ser contratada pela CoopEdu, cada pessoa precisou pagar uma taxa de adesão de R$ 100,00.
O secretário da Educação Luciano Corrêa esteve presente na reunião e teria dito aos candidatos ao cargo que a Prefeitura de Taboão pagaria a taxa de inscrição.